Segue a onda Pascaliana, e debitam-se alguns pensées*, desta vez sobre teologia reactiva. Passando a explicar:
A pergunta central aqui é: devemos pensar teologicamente de uma forma reactiva, isto é, reagindo apenas a ideias que queremos combater? Ou apenas devemos agir, proclamar o que cremos, de acordo com aquilo que positivamente pensamos e não em reacção àquilo de que negativamente discordamos?
O primeiro pensée em
relação a isto é que não podemos viver só a reagir, como baratas
tontas, a correr atrás do prejuízo. Não nos podemos deixar definir por ser
contra o que quer que seja. O segundo, bastante óbvio também, é que a
Bíblia, e em particular o Novo Testamento, está cheia de reacções. Paulo
reage a situações das quais discorda em praticamente todas as cartas. O
mesmo se passa com João, Pedro, Judas, Tiago. Os próprios Evangelhos
contêm algumas reacções a ideias e boatos emergentes na Igreja do
primeiro século.
Então, se não nos podemos definir por ser contra coisas, também não podemos ficar indiferentes ao que se passa, apenas agindo, enquanto em vários círculos, o Evangelho é distorcido, instrumentalizado, banalizado, neutralizado, relativizado. Considero uma ofensa pessoal a distorção do Evangelho de Cristo. Uma ofensa à qual quero responder com Amor - terceiro pensée. Sim, quando o Evangelho é atacado, sentimo-nos insultados, mas respondemos entregando a outra face. E pegando na pena de pato, como os autores bíblicos. Ou então criando um blog e batendo texto. De preferência malhando nas teclas com força.
Então, se não nos podemos definir por ser contra coisas, também não podemos ficar indiferentes ao que se passa, apenas agindo, enquanto em vários círculos, o Evangelho é distorcido, instrumentalizado, banalizado, neutralizado, relativizado. Considero uma ofensa pessoal a distorção do Evangelho de Cristo. Uma ofensa à qual quero responder com Amor - terceiro pensée. Sim, quando o Evangelho é atacado, sentimo-nos insultados, mas respondemos entregando a outra face. E pegando na pena de pato, como os autores bíblicos. Ou então criando um blog e batendo texto. De preferência malhando nas teclas com força.
É verdade que a teologia reactiva - 4º pensée -
denuncia sempre também uma componente humana. Falamos da parte de Deus,
mas também falamos como homens. Isto não é só zelo pelo Evangelho.
Detestamos que nos façam de parvos, que atirem com má fé areia para os
nossos olhos e os das outras pessoas. E escrevemos exposições, enviamos
cartas, e preparamos palestras.
Mas vamos concretizar? Vamos. Por exemplo, o "casamento" homossexual. Um bom
exemplo de um tema actual, em que uma cuidadosa e bem planeada
engenharia social lavou (ou melhor, sujou) os cérebros e as
mentalidades. O "casamento" homossexual representa a institucionalização
do pecado, a negação oficial da santificação bíblica, a distorção do
Evangelho que consiste na Salvação das trevas para a luz, e não na
celebração das trevas. E tudo para que uma minoria possa ser aliviada na
sua consciência (o que, já agora, não acontece nem vai acontecer,
porque a dor de alguém que sofre de homossexualidade é quase totalmente
intrínseco, vem de dentro; e vai continuar presente, mesmo se um dia toda a
gente no mundo - incluindo cristãos - concordarem e celebrarem a
homossexualidade). Contra isso - e não só - reajo. Mas isto é só um
exemplo! Tenho muitas outras palestras preparadas ;)
Uma ressalva (que constitui o quinto pensée): há uma forma de reagir que é mecânica e pobre. Como se alguém carregasse nos nossos botões e obtivesse uma resposta automática, um reflexo. Isso é reflexividade pavloviana, não reactividade.
Também reconheço que, muitas vezes, o melhor é mesmo não reagir - sexto e último pensée. Ficar calado como Cristo, sofrer calado como Cristo, ser injustiçado calado, como Cristo. Adoptar esta atitude faz parte da caminhada da cruz. Mas também é necessário saber argumentar como Jesus argumentou, saber fazer pensar como Jesus fez, e principalmente, saber reagir como Jesus nos ensinou a reagir - se alguém pecar contra ti, vai falar com ele - reage! - e se ele te ouvir ganhaste o teu irmão. Se não te ouvir, mete mais gente ao barulho. E se ele se mostrar obstinado, então age com ele como se ele não fosse crente (Mateus 18:15-18). Por outras palavras, ajusta as tuas reacções à medida dos teus interlocutores, contextualiza-te, não sejas um autómato!
Para concluir, deixo aqui e reitero a mais importante mensagem que se pode transmitir sobre este tema: reajamos, mas reajamos com amor. Não com ódio, não apenas por irritação, não com os nervos à flor da pele. Olhemos para Cristo, e deixemos que, quando for mesmo necessário reagir, Ele nos ajude a perceber isso e nos ensine a reagir à Sua imagem e semelhança. E que em todo o tempo possamos agir, caminhando e amando, para que seja o Evangelho a definir-nos. E Deus nos livre de darmos por nós, no zelo de defender o Evangelho, a ser definidos e a deixarmo-nos apanhar por aquilo do qual queríamos, em primeiro lugar, proteger o Evangelho.
* Pensamentos (em francês: Pensées) é uma obra do físico, filósofo e teólogo francês Blaise Pascal (1623-1662). A obra foi escrita com o intuíto de defender o cristianismo e foi publicada postumamente em 1670.
Uma ressalva (que constitui o quinto pensée): há uma forma de reagir que é mecânica e pobre. Como se alguém carregasse nos nossos botões e obtivesse uma resposta automática, um reflexo. Isso é reflexividade pavloviana, não reactividade.
Também reconheço que, muitas vezes, o melhor é mesmo não reagir - sexto e último pensée. Ficar calado como Cristo, sofrer calado como Cristo, ser injustiçado calado, como Cristo. Adoptar esta atitude faz parte da caminhada da cruz. Mas também é necessário saber argumentar como Jesus argumentou, saber fazer pensar como Jesus fez, e principalmente, saber reagir como Jesus nos ensinou a reagir - se alguém pecar contra ti, vai falar com ele - reage! - e se ele te ouvir ganhaste o teu irmão. Se não te ouvir, mete mais gente ao barulho. E se ele se mostrar obstinado, então age com ele como se ele não fosse crente (Mateus 18:15-18). Por outras palavras, ajusta as tuas reacções à medida dos teus interlocutores, contextualiza-te, não sejas um autómato!
Para concluir, deixo aqui e reitero a mais importante mensagem que se pode transmitir sobre este tema: reajamos, mas reajamos com amor. Não com ódio, não apenas por irritação, não com os nervos à flor da pele. Olhemos para Cristo, e deixemos que, quando for mesmo necessário reagir, Ele nos ajude a perceber isso e nos ensine a reagir à Sua imagem e semelhança. E que em todo o tempo possamos agir, caminhando e amando, para que seja o Evangelho a definir-nos. E Deus nos livre de darmos por nós, no zelo de defender o Evangelho, a ser definidos e a deixarmo-nos apanhar por aquilo do qual queríamos, em primeiro lugar, proteger o Evangelho.
* Pensamentos (em francês: Pensées) é uma obra do físico, filósofo e teólogo francês Blaise Pascal (1623-1662). A obra foi escrita com o intuíto de defender o cristianismo e foi publicada postumamente em 1670.