Um novo dia começa. Glória a Deus.
Um dia passado dá lugar à noite. Glória a Deus.
Se comemos, glória a Deus, e se bebemos, glória a Deus.
A nossa alegria é para glória de Deus.
O nosso sofrimento é para glória de Deus.
A nossa paz é para glória de Deus
e o nosso tumulto interior é para glória de Deus.
O bem estar que sentimos é para Sua glória
e as nossas dores são para Sua glória.
A nossa prosperidade material é para a glória de Deus
e a nossa escassez e necessidade material são para glória de Deus.
A comunhão que temos uns com os outros é para glória de Deus,
e a solidão que muitas vezes sentimos é também para glorificarmos a Deus.
Sejamos aceites e estimados, glorifiquemos a Deus;
ou se somos rejeitados e abusados, ainda assim, glorifiquemos a Deus.
Se choramos, bem aventurados somos: glória a Deus;
se rimos, não esqueçamos que o nosso gozo
deve servir unicamente para glória de Deus.
Se tudo à nossa volta vai bem, isso é para glória de Deus,
e se só vemos caos, seja isso para glória de Deus.
Contemplemos o passado: a nossa história é para glória de Deus.
Pensemos no presente: o que estamos a viver será para glória de Deus.
Olhemos para o futuro: a nossa esperança é a própria glória de Deus.
Agora, o mundo jaz no maligno: glória a Deus;
quando este mundo corrompido passar,
haverá novos céus e nova terra: glória a Deus.
Se há doença, será para glória de Deus,
e se há saúde, receba Ele toda a glória.
Nas perseguições, nas calúnias, nas murmurações, nas injustiças, no pesar...
na graça, na benevolência, no amor, no perdão, na compaixão, nas dádivas...
Em todas as dimensões da vida, toda a glória para Deus
e para o Seu Filho Jesus Cristo, Autor da Vida e Senhor da glória.
Na morte, toda a glória, toda a honra, todo o louvor...
Todo o mérito, toda a boa fama, bom nome e reputação,
todo o reconhecimento, poder e atenção...
Tudo em todos, todas as coisas, sem excepção...
sejam dadas única e exclusivamente,
em plena consagração, apenas e só
ao Magnifico, ao Todo Poderoso,
ao Soberano Criador, Senhor do universo,
Pai de Jesus Cristo e nosso Pai.
Santo Espírito, Consolador, Ajudador, Defensor...
Deus.
Deus.
Deus.
Será que sabemos quem é o nosso adversário? Por vezes, passamos anos ou décadas ou a vida inteira na caminhada com Cristo sem perceber minimamente o que estamos a enfrentar. A mim, ultimamente foi-me revelado um pouco mais do rosto do inimigo, e quero partilhar essa revelação. Vou fazê-lo ao som (e à imagem) dos REM.
O DIABO, UM ESPECIALISTA
Percebi que o diabo é especialista em filosofia. Na sua etimologia a palavra filosofia significa "amizade pela sabedoria", e a Bíblia diz-nos que há dois tipos de sabedoria (ler Tiago 3): uma animal e diabólica, proveniente das invejas - e dessa o diabo é muito amigo, ou não fosse ele o primeiro invejoso de sempre - e a sabedoria do alto, que é pura. E sendo amigo da primeira, deseja misturá-la com a segunda - que odeia - de forma a inquiná-la e a desvirtuá-la. Na maior parte das vezes não é necessário eliminá-la, mas, por artifícios intelectuais e emocionais sofisticados, produzir uma imitação suficientemente parecida para a alterar insidiosamente. Injecta apenas uma quantidade suficiente de trevas nas ideias luminosas, de forma a minar e a contaminar. Uma meia verdade já delicia o pai da mentira. E nós lá vamos comprando este produto barato de linha branca a partir do qual produzimos uma imitação rasca da Vida divina.
QUAL O SEU OBJECTIVO ÚLTIMO?
Aproveitar a nossa natureza corrompida e naturalmente oposta a Deus e convidar-nos a introduzir nos nossos esquemas de pensamento ideias que, uma vez incorporadas e integradas numa cosmovisão - e naturalmente, vivenciadas -, obscurecem o entendimento de que Deus É o fundamento de toda a realidade. Adopta esse objectivo e quer atingi-lo porque é o inimigo das nossas almas. É que sem essa revelação transformadora na nossa própria existência, não teremos o mínimo entendimento do cosmos - ficaremos cegos para a vida, cegos para nós mesmos, cegos para o propósito transcendente da criação.
E muitas vezes o diabo consegue atingir o seu objectivo. E como é extraordinariamente subtil, muitas vezes isso não nos é perceptível. Embarcamos então, cheios de confiança, navegando num mar de superfície calma, mas de profundidade turva, podre, morta.
CRISTO NÃO ENGANA
Torna-se fácil achar que Deus é o fundamento só porque dizemos que Ele é o fundamento. Abanamos as cabeças e dizemos ámen porque nem nos ocorre que possamos, ao mesmo tempo que piscamos o olho ao verdadeiro Evangelho, estar a promover ideias que defendem não a fundamentalidade de Deus, mas a centralidade do homem. Achamos que só porque Deus está no meio das coisas Ele se torna automaticamente o centro das coisas. Nada poderia estar mais longe da verdade. Deus não divide soberanias - com Ele é tudo ou nada.
Como saber então se estamos efectivamente a cair nos ardis do distorcedor-mor e a tentar (mesmo que inconscientemente) tirar ao Criador o lugar que é d'Ele por inalienável direito? Uma resposta, uma palavra: Cristo. Cristo revelado pela Palavra de Deus, vivificada pelo Espírito Santo. Cristo, o único caminho, Cristo, a única verdade, Cristo, a única fonte de Vida. É apenas na comunhão com Ele que podemos discernir o que quer que seja sobre a realidade que nos envolve, nas suas várias dimensões.
DEUS, MAIS UM BIBELOT?
Este é o ministério profético que no fundo cabe a todos os cristãos: promover a mensagem da fundamentalidade de Deus, e expor a forma por vezes acrítica como facilmente aderimos a ideologias que estão na moda, mas que dispensam ou repudiam abertamente a centralidade de Deus. Mantêm-no na periferia para enganar os incautos, qual bibelot. Apenas mais um ídolo na nossa colecção de amuletos.
DUAS CITAÇÕES E UMA MÚSICA
Despeço-me de vós com duas citações que me têm inspirado nesta viagem de formação de Cristo no meu interior. Também deixo aqui o vídeo com a música dos REM que fala do que, lamentavelmente, muitas vezes, tem sido a única coisa que como Igreja, temos tido para oferecer (tal como o diabo, aliás): "Imitation of life" (em português, "imitação de vida").
Que Deus tenha misericórdia de nós e nos perdoe, e que Ele nos possa guiar a todos com a Sua maravilhosa e invencível luz.
CITAÇÃO 1
6 Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim, também, andai nele, 7 Arraigados e sobreedificados nele, e confirmados na fé, assim como fostes ensinados, abundando em ação de graças. 8 Tendo cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs subtilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo; 9 Porque nele habita, corporalmente, toda a plenitude da divindade; 10 E estais perfeitos nele, que é a cabeça de todo o principado e potestade;
Colossenses 2:6-10, ARC (sublinhado meu)
CITAÇÃO 2
"É essencial que livremos as nossas imaginações de entendimentos inapropriados da realidade da história da salvação tal como é revelada no nosso testemunho bíblico. É demasiado comum entre nós transformar as palavras "salvo" e "salvação" em abstracções ou princípios que depois enchemos com as nossas fantasias ou ideias."
Eugene Peterson in "Christ plays in ten thousand places"
BIBLIOGRAFIA
BÍBLIA, Português. A Bíblia Sagrada: Antigo e Novo Testamento. Tradução de João Ferreira de Almeida. Lisboa: Sociedade Bíblica de Portugal, 2000.
Peterson, Eugene. "Christ plays in ten thousand places". London: Hodder and Stoughton, 2005